Crônica do Professor Antonio Glauber sobre as notícias do dia 06 de dezembro de 2025

Crônica do Professor Antonio Glauber sobre as notícias do dia 06 de dezembro de 2025



Por Antonio Glauber Santana Ferreira — Japaratuba-SE

O dia 06 de dezembro amanheceu com cara de quem passou a madrugada filosofando sobre o mundo — e perdeu para a insônia. Veio trazendo notícias como quem traz frutas na sacola: umas doces, outras azedas, e uma ou outra claramente passada do ponto.

Em Aracaju, os animais decidiram dar uma aula silenciosa de humanidade. Uma campanha de adoção brotou como girassol no asfalto quente, abrindo suas pétalas para cerca de 30 cães e gatos que, coitados, já cansaram de esperar por um colo definitivo. Pareciam sussurrar: “Adote-me, humano, antes que seu coração atropele de novo a empatia.” E ali, naquela fila de rabos abanando e miados tímidos, a cidade provou que ainda tem pulsação — mesmo quando teima em esquecer.

Enquanto isso, os Correios… ah, os Correios! Essa entidade mítica que já entregou cartas de amor, boletos e até desaforos carimbados, agora tenta entregar a si mesma de volta para o equilíbrio. Renegociam R$ 20 bilhões como quem renegocia a própria paciência, e Fernando Haddad aparece oferecendo aporte como quem oferece água a um náufrago: com urgência, mas com cara de quem sabe que o barco ainda faz água. A empresa, velha senhora de uniforme amarelo, tenta não desmaiar no balcão da modernidade — e nós torcemos para que ela pelo menos continue chegando antes do Natal.

Mas foi longe, bem longe daqui, que o mundo derramou sua lágrima mais salgada. No mar da Grécia, 17 migrantes foram engolidos pelas ondas, como se o Mediterrâneo fosse um poeta cruel que escreve estrofes trágicas com corpos humanos. A embarcação, achada por um cargueiro, lembrava aqueles sonhos que afundam antes de tocar a praia. Dois sobreviventes ainda lutam, agarrados à vida como quem tenta segurar o último fio de esperança num novelo já desfiado demais. E o planeta inteiro, mesmo distraído, sentiu um arrepio — desses que só a injustiça provoca.

Assim terminou o dia: com bichos pedindo carinho, empresas pedindo socorro e pessoas pedindo apenas existir.
E o mundo… esse velho cronista mal-humorado… segue pedindo que a gente aprenda, ao menos uma vez, a não ser tão cruel.

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