Crônica do Professor Antonio Glauber sobre as notícias do dia 07 de dezembro de 2025
Crônica do Professor Antonio Glauber sobre as notícias do dia 07 de dezembro de 2025
Por Antonio Glauber Santana Ferreira — Japaratuba-SE
O domingo alvoreceu com um silêncio torto, desses que não se ajeitam nem com prece, nem com café forte. Pirambu despertou com o coração costurado em luto — dois fios partidos no tecido da nossa educação. A aluna Rafaela dos Santos Silva perdeu a luta contra a diabetes partiu como uma estrela que se apaga antes do amanhecer, deixando na sala de aula do 8º C da Escola Municipal Mário Trindade Cruz um eco doce e doído, dessas presenças que continuam mesmo quando já não estão. Uma hora depois, como se o destino resolvesse brincar de crueldade duplicada, veio a notícia do falecimento do Professor Paulo Sérgio Ferreira, cuja luta discreta no hospital virou despedida. Dois sopros que subiram ao céu enquanto nós ficamos aqui, tentando entender o peso do que fica. Que Deus os acolha com braços infinitos, e que suas luzes sigam brilhando na memória dos familiares, amigos (as) e da nossa gente.
Mas o mundo, esse ator desajeitado, não sabe pausar a cena quando a plateia chora. Lá em Itaporanga D’Ajuda, a polícia resolveu fazer faxina de domingo e prendeu três suspeitos de organização criminosa, como quem arranca erva daninha para ver se o jardim volta a respirar. Já em São Paulo, Rayssa Leal fez o contrário: plantou poesia em cima do skate e colheu seu quarto título na Street League — a Fadinha voou tão alto que até as nuvens pediram autógrafo.
Enquanto isso, nas Filipinas, o Brasil feminino de futsal decidiu escrever história em letra maiúscula: 3 a 0 em Portugal e a taça inaugural da Copa do Mundo da FIFA brilhando como quem diz: “Aqui, a bola é rainha e as mulheres são império.” Foi dança, foi coragem, foi gol com cheiro de eternidade.
Mas nem tudo no planeta aprendeu a celebrar. Nos Estados Unidos, um vulcão aumentou sua fúria e derrubou até a câmara de observação — como se a própria Terra estivesse cansada de ser estudada e resolvesse dar um tapa na lente, dizendo: “Hoje, quem grava sou eu.”
E assim termina o domingo: com lágrimas que salgam a memória, vitórias que adoçam o espírito e um planeta que insiste em nos lembrar que viver é equilibrar-se entre despedidas e renascimentos. Hoje, mais que nunca, o céu ganhou duas luzes… e nós ganhamos mais saudade.