Crônica do Professor Antonio Glauber sobre as notícias do dia 07 de outubro de 2024

Crônica do Professor Antonio Glauber sobre as notícias do dia 07 de outubro de 2024

Por Antonio Glauber Santana Ferreira - Japaratuba-SE

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No rescaldo de mais uma festa democrática, os restos mortais de promessas e bandeiras rasgadas se espalham pelas ruas de Aracaju. São 500 quilos de sonhos triturados e folhetos que, na chuva, desmancham-se como planos de campanha. Não seria irônico se a política, como o lixo, tivesse uma equipe dedicada para a coleta das ideias descartadas? O que seria de nós, pobres eleitores, se pudéssemos reciclar promessas com a mesma agilidade com que 300 agentes de limpeza recolhem o resíduo eleitoral?

Enquanto Sergipe vê o PSD encher os cofres de prefeituras, em Aquidabã, a eleição para prefeito está sub judice, como se a cidade estivesse suspensa por uma balança da justiça, aguardando um pingo de tinta que definirá seu futuro. E os vereadores? Ah, os vereadores... Aparentemente, os mais votados foram os que souberam jogar o jogo da simpatia com maestria, como um tabuleiro onde cada peça é movida com promessas que brilham mais do que diamantes de uma coroa, mas que podem se revelar apenas vidro barato.

Por falar em coroas, o Nobel de Medicina 2024 vai para dois americanos, Ambros e Ruvkun, pela descoberta dos microRNAs. Não é incrível como algo tão pequeno pode valer R$ 5,8 milhões? Enquanto nós, meros mortais, nos debatemos para lembrar onde esquecemos aquela última moeda, esses cientistas revelam os segredos do corpo humano com uma lupa de precisão. A ciência, como um bom político, também faz promessas. Mas, ao contrário dos discursos eleitoreiros, ela as cumpre, uma célula de cada vez.

E por falar em dinheiro esquecido, há R$ 8,6 bilhões esperando resgate no Sistema de Valores a Receber do Banco Central. Bilhões, veja bem! Dinheiro que repousa em alguma gaveta empoeirada do sistema financeiro, como aquele troco que você encontrou no bolso de uma jaqueta velha. Mas cuidado! Se você não resgatar até o prazo final, esse tesouro "esquecido" poderá ser varrido para debaixo do tapete, como tantos escândalos de campanha.

No cenário internacional, o Banco Mundial estende a mão ao Líbano, com US$ 100 milhões em fundos emergenciais, tentando apagar o incêndio com um balde d'água. Enquanto isso, brasileiros são repatriados de Beirute em aviões carregados de saudades e medo. Em um canto do mundo, a guerra cospe fogo; no outro, o Banco Mundial tenta equilibrar o caos com números frios e calculados.

No fim, o lixo das urnas será recolhido, as promessas esquecidas talvez nunca se cumpram, mas a esperança, ah, essa se renova em cada voo que traz de volta quem nunca deveria ter partido.

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Entre sacos de lixo e aviões de resgate, o mundo segue seu curso, e nós, aqui de baixo, continuamos esperando que alguém, em algum lugar, faça a limpeza que realmente importa.

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