Crônica do Professor Antonio Glauber sobre as notícias do dia 05 de outubro de 2024

Crônica do Professor Antonio Glauber sobre as notícias do dia 05 de outubro de 2024

Por Antônio Glauber Santana Ferreira - Japaratuba-SE

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Abrimos as janelas das manchetes deste 5 de outubro com a leveza de um sábado na expectativa de um domingo de eleições, onde Sergipe acorda como uma velha senhora que veste sua melhor roupa para dançar com a democracia. São mais de 1,7 milhão de eleitores prontos para o baile das urnas. Aracaju, a dama principal, prepara seus 416 mil convidados, enquanto os ônibus de tarifa zero deslizam pelas ruas como tapetes vermelhos, trazendo a promessa de que a festa será para todos, sem distinção. Mas será que todos estão dançando?

No embalo desse samba eleitoral, perdemos um dos nossos grandes mestres. Dequinho do Samba de Coco, aos 74 anos, baixou o pandeiro e saiu de cena. E como é curioso... em um momento em que tanto se fala sobre transporte público gratuito, Dequinho, com suas mãos marcadas pela vida, nunca precisou de concessão para levar sua arte ao povo. Ele fez da rua seu palco e do coração, sua tarifa zero. Seu adeus é um samba que ecoa em silêncio, mas deixa no ar o cheiro da resistência, da cultura que se esvai, aos poucos, como um sonho de carnaval em fevereiro.

E por falar em sonhos, tem quem sonhe alto e acabe se enroscando nas malhas da lei. O tal laudo falso de Pablo Marçal contra Boulos é uma dessas cenas tristes do teatro político brasileiro. A mentira, travestida de documento, cai como máscara de cera ao sol, derretendo as intenções de quem acha que pode falsificar a verdade. Um teatro mal ensaiado, com atores medíocres e uma plateia cansada de assistir à mesma peça. O que resta? Um inquérito aberto, um público entediado e a certeza de que a verdade, mesmo tardia, chega como os números da Mega-Sena.

Aliás, falando em números, uma aposta solitária em Pernambuco levou mais de R$ 52 milhões. E aqui, na dança cósmica das probabilidades, vemos que a sorte é um buraco negro que suga esperanças de muitos para iluminar o caminho de poucos. Enquanto isso, no espaço, os maiores jatos cósmicos já registrados riscam o universo com sua grandiosidade. Fenômenos de outro mundo, como se o cosmos quisesse nos lembrar que, enquanto brigamos por pedaços de papel, lá fora há forças tão imensas que nos fazem parecer meros grãos de areia flutuando no vento da história.

Mas nem só de grandiosidade vive o ser humano. Drones carregando comida e carros voadores prometem revolucionar a mobilidade urbana, trazendo o futuro para nossos quintais. Seria essa a solução para o caos das nossas cidades? Ou será que, assim como as promessas de políticos em véspera de eleição, tudo isso acabará sendo mais um voo de galinha, que mal decola e já pousa de volta ao solo da realidade?

Enquanto isso, em outra parte do mundo, milhares de manifestantes pró-palestinos tomam as ruas, gritando por um pedaço de paz em meio a um ano de guerra. E Greta Thunberg, a pequena gigante sueca, é presa mais uma vez, desta vez em Bruxelas, por lutar contra os subsídios às energias fósseis. Ela, que carrega nos ombros o peso de uma geração que não quer ver o mundo arder, segue firme, mesmo que o preço seja a prisão. E não é irônico que, em pleno 2024, lutar pelo futuro ainda seja crime?

Por fim, um avião da FAB decola do Líbano trazendo brasileiros resgatados. Eles voltam ao lar, mas o que será que trazem na bagagem? Memórias de um país em guerra, talvez? Ou a esperança de que, ao pousarem no Brasil, encontrarão um lugar onde a paz ainda seja possível, mesmo que, vez ou outra, ela pareça tão distante quanto os jatos cósmicos recém-descobertos?

E assim, fechamos o dia, com as manchetes nos lembrando que o mundo gira, mas as perguntas continuam as mesmas: quem vai dançar no baile da democracia? Quem vai perder o passo no ritmo das mentiras políticas? E quem, no fim, vai encontrar paz entre o caos das ruas e dos céus?

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Assim são os dias. A dança da vida e da morte, da verdade e da mentira, da sorte e do azar. O palco está montado, e nós, espectadores, seguimos assistindo, esperando que um dia a peça mude.
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