Crônica do Professor Antonio Glauber sobre as notícias do dia 04 de dezembro de 2025
Crônica do Professor Antonio Glauber sobre as notícias do dia 04 de dezembro de 2025
Por Antonio Glauber Santana Ferreira — Japaratuba-SE
Abram o jornal da vida e boa leitura: O dia 04 de dezembro acordou arfando, como um cachorro cansado de correr atrás das irresponsabilidades humanas. Na Zona Sul de Aracaju, o Bairro São Conrado latiu alto: um ataque, um vídeo, um tutor que esqueceu que cuidar de um animal é também cuidar do mundo. O cão, gigante e inocente da própria força, virou manchete, enquanto seu tutor virou réu — porque quando a omissão passeia sem coleira, quem sangra primeiro é sempre o mais frágil. As redes sociais, essas fofoqueiras digitais, espalharam o vídeo como quem espalha sementes ao vento… só que dessa vez as sementes eram de indignação, revolta e um pedido urgente de humanidade.
Lá em Brasília, Alexandre de Moraes abriu a gaveta dos destinos e pediu à Primeira Turma do STF que marque, finalmente, o julgamento dos réus do caso Marielle. É como se a Justiça, depois de anos tropeçando em sombras longas, resolvesse acender uma lanterna — mesmo que tremida — no corredor da memória nacional. Os nomes dos acusados ecoam como trovões num céu que teima em nublar, e o Brasil, cansado de esperar, respira fundo esperando que algum raio, enfim, ilumine a verdade.
Enquanto isso, do outro lado do mundo, Gaza — essa ferida aberta que insiste em pulsar — decidiu costurar um pouco de esperança entre os escombros. Cinquenta e quatro casais disseram “sim” enquanto o chão ainda soluçava guerra. E naquele instante, o amor, teimoso como uma flor que brota no cimento quente, provou que mesmo a pólvora se assusta diante da coragem de dois corações que insistem em recomeçar. Pois casamento coletivo em Gaza é quase um protesto poético: um lembrete de que a vida, apesar de tudo, ainda teima em florir.
Assim seguiu o dia: entre cães feridos, justiça tardia e noivas sorrindo sob o pó da tragédia. O mundo gira, tropeça, levanta, respira — e nós seguimos atrás, tentando entender se somos espectadores das notícias ou personagens dessa crônica improvisada abençoada por Deus, escrita com letra bonita, mas cheia de vírgulas dramáticas.