Crônica do Professor Antonio Glauber sobre as notícias do dia 01 de dezembro de 2025
Crônica do Professor Antonio Glauber sobre as notícias do dia 01 de dezembro de 2025
Por Antonio Glauber Santana Ferreira — Japaratuba-SE
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Dezembro entrou pela porta do calendário como quem empurra vento e espalha confete de aflições. O mês mal abriu os olhos e Aracaju já amanheceu com uma história digna de novela policial de horário nobre: um computador furtado dentro de uma agência da Caixa. O banco — esse gigante de concreto que deveria ser guardião dos números e dos sonhos parcelados em 120 vezes — acordou sem perceber que alguém tinha surrupiado justamente o cérebro da operação. Um PC carregado como quem leva um pedaço da madrugada nos braços.
O ladrão? Pegaram. Mas a cena parecia uma metáfora viva do país: até os computadores querem fugir da fatura que dezembro traz.
Enquanto o banco contava prejuízo, o TSE preparava-se para o grande ritual democrático do Teste da Urna 2025. As máquinas, sempre caladas e obedientes, hoje ganharam o palco: técnicos as cercam como médicos cuidando de pacientes eletrônicos prestes a passar por check-up. A urna — essa caixinha mágica que decide o destino do Brasil com um “pi” — será testada, apertada, provocada. É quase poesia: o país checando o coração antes de decidir o futuro. O voto é o único feitiço que ainda funciona sem bateria extra.
No palco internacional, a diplomacia resolveu brincar de incêndio. O comandante da Otan soltou a palavra proibida: ataque preventivo.
O mundo tremeu, respirou fundo e fechou a cortina.
Moscou respondeu com o humor habitual dos que têm ogivas suficientes para apagar o planeta: chamou a declaração de “extremamente irresponsável”.
Extremamente? Parece pouco para quem mexeu num tabuleiro onde cada peça é um nervo exposto.
E assim começa dezembro:
Aracaju perdendo computador, Brasília testando urna, e o planeta testando a própria sanidade.
O ano se aproxima do fim como um barco ligeiramente furado, navegando entre promessas, rachaduras e esperanças teimosas.
Que dezembro tenha misericórdia: o Brasil, a urna e até o computador furtado merecem descansar um pouco.