Homenagem a Lô Borges — O Menino que Morava numa Esquina com o Infinito

Homenagem a Lô Borges — O Menino que Morava numa Esquina com o Infinito



Por Antonio Glauber Santana Ferreira — Japaratuba-SE


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O Brasil amanheceu desafinado.
Morreu Lô Borges, e com ele partiu um pedaço da melodia que nos fazia acreditar que o mundo podia ser bonito — mesmo quando doía. A notícia veio como acorde menor em manhã nublada: silenciosa, mas cortante.

Lô não foi apenas músico; foi um tradutor de silêncios. Tinha o dom de transformar o invisível em som, a infância em harmonia, o vento em canção. Com apenas um violão, ele inventou universos. E junto de Milton, fundou um país dentro do Brasil — um território chamado Clube da Esquina, onde os acordes nasciam do chão e as palavras eram feitas de luz.

O menino de tênis, tímido e genial, que parecia estar sempre de passagem, agora pegou o Trem Azul — aquele mesmo que ele ajudou a compor. Partiu como quem sabe que o destino final é uma canção sem fim. No vagão, levou os sonhos, as tardes mineiras e os amigos invisíveis que moravam em suas melodias.

“Tudo o que você podia ser” — ele foi.
Foi liberdade, foi ousadia, foi poesia de cordas e teclas. Foi Minas Gerais cantando para o mundo em sotaque de eternidade.
E agora, em algum canto do céu, deve estar dedilhando acordes com os anjos, explicando a eles que a beleza não se explica — se toca.

A música brasileira está de luto, mas também de gratidão. Porque quem ouviu Lô Borges, nunca mais foi o mesmo.
Seu som virou tempo, e o tempo — em respeito — se calou por um instante para ouvi-lo passar.


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🎶 Vai, Lô. O trem azul te espera. E cada nota tua continua nos lembrando que viver também é cantar — mesmo quando o mundo desafina.


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