Crônica do Professor Antonio Glauber sobre as notícias do dia 19 de novembro de 2025
Crônica do Professor Antonio Glauber sobre as notícias do dia 19 de novembro de 2025
Por Antonio Glauber Santana Ferreira — Japaratuba-SE
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Caro leitor e leitora, após um dia cansativo de trabalho — desses que deixam a alma com cheiro de papel amassado e o corpo pedindo cama como planta pede água — este é o momento de se ajeitar na poltrona do descanso, respirar fundo e deixar que esta crônica lhe faça um cafuné literário. Venha comigo, porque a quarta-feira resolveu desfilar com salto alto em cima dos nervos do Brasil.
Sergipe amanheceu sob uma previsão climática que parecia escrita por Gabriel García Márquez em parceria com São Pedro: “chuvas moderadas a intensas”, ventos de 70 km/h e trovoadas que prometem iluminar o céu como se a natureza estivesse mandando fogos para lembrar quem realmente manda neste planeta. O Semac fala em 50 milímetros de chuva, mas um sábio diria que é água suficiente para lavar até a língua dos fofoqueiros de plantão. O vento, esse menino atrevido, já ensaia empurrar telhados como quem diz:
— Segurem-se, meus filhos, que hoje eu acordei elétrico!
Enquanto isso, a OAB resolveu brincar de cupido jurídico e definiu sua lista sêxtupla para o Quinto Constitucional do Tribunal de Justiça de Sergipe. Uma seleção online, moderna, com cheiro de futuro, mas com aquele gosto de tradição que só a Justiça tem — esse ser milenar que anda, para, respira, pensa… e às vezes cochila. Os nomes surgiram na tela como constelações de currículos: brilham, piscam, se apresentam ao destino. E o povo, de camarote, observa dizendo:
— Tomara que escolham quem realmente entende que justiça não é enfeite de toga.
No palco internacional, o Pantanal — essa senhora imensa, de saia alagada e coração pulsando água — finalmente gritou na COP30:
— Ei, eu existo!
A primeira comissão pediu sua proteção. Afinal, como pode o maior berço alagável do planeta ficar esquecido nos debates climáticos, enquanto a Amazônia monopoliza o microfone? A planície suspira e diz, com voz de lama fértil:
— Também sou pulmão, meu povo! Só que respiro água…
E se os rios protestam, o Ministério Público também levanta a mão. Pediu que o TCU investigue o Banco Master e, por tabela, a vigilância do Banco Central. Fiscalização falha? Lupa embaçada? Ninguém sabe. Mas o subprocurador-geral, com cara de quem não engole mistério calado, soltou o recado:
— Aqui ninguém vai brincar de “faz de conta bancário”.
Para fechar o dia com aquele sabor amargo de geopolítica, a Rússia lançou com mais de 500 drones mísseis contra a Ucrânia. Duzentos? Cem? Não. Meio milhar! Hipérbole que infelizmente é real. O céu da Europa Oriental virou um tabuleiro de guerra onde as peças explodem e os civis são sempre os peões sacrificados. A humanidade, coitada, segue tropeçando na própria incapacidade de aprender com a história — essa professora rígida que repete lição até cansar.
E assim termina a quarta-feira: com ventos fortes, listas importantes, planícies pedindo socorro, bancos sendo investigados e guerras que insistem em não acabar. Respire, caro leitor. Respire fundo. Porque amanhã o noticiário pode vir ainda mais tempestuoso que o céu sergipano.
Mas hoje… hoje descanse.
Afinal, até a crônica precisa fechar o guarda-chuva.