Crônica do Professor Antonio Glauber sobre as notícias do dia 22 de novembro de 2025
Crônica do Professor Antonio Glauber sobre as notícias do dia 22 de novembro de 2025
Por Antonio Glauber Santana Ferreira — Japaratuba-SE
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Vamos respirar fundo, caro leitor e cara leitora, porque o sábado de 22 de novembro de 2025 não chegou apenas… ele desfilou, carregando no colo um vendaval de emoções, como quem balança um mundo inteiro dentro de uma rede de cipó. Prepare o coração, porque hoje as notícias vieram com cheiro de café forte, lágrima salgada e o latido esperançoso de setenta destinos peludos.
Logo cedo, Aracaju amanheceu vestida de compaixão, como se o próprio sol tivesse descido do céu para afagar focinhos. Setenta cães e gatos, esses poetas de quatro patas, esperavam adoção como quem espera um abraço que o mundo deve. Vi cada pet personificado — o vira-lata com olhar de filósofo, a gatinha com elegância de bailarina — todos sonhando com lares onde o amor não vem parcelado. A Secretaria do Meio Ambiente prometeu consulta, microchip e cuidado… e eu, daqui de Japaratuba, prometi ao universo uma prece pelo futuro de cada rabinho abanando esperança.
Mas o sábado mal esfregava os olhos quando o Brasil levou um susto daqueles que fazem até a chaleira falhar o assobio. Bolsonaro foi preso. Sim, o ex-presidente, esse personagem que parece viver numa novela escrita por um roteirista que exagera na cafeína, foi acordado pela Polícia Federal às seis da manhã. A tornozeleira — pobre coitada — já não aguentava mais ser ignorada e fez seu próprio motim eletrônico. Alexandre de Moraes, afiado como navalha, garantiu a prisão preventiva por “risco de fuga elevado”.
A PF entrou, saiu e o Brasil prendeu a respiração. Bolsonaro agora repousa numa Sala de Estado, talvez tentando entender como virou protagonista de um episódio que nem o streaming mais ousado teria coragem de produzir.
Enquanto isso, do outro lado do planeta, o chanceler da Alemanha olhou para Lula com aquele sorriso amarelo de quem falou demais e agora tenta costurar paz com linha curta. Disse que a conversa “foi agradável”, mas não mencionou a pérola sobre estar feliz por sair de Belém na COP. Lula, elegante como quem sabe o peso da diplomacia, aceitou o aperto de mão. E o Brasil fingiu que não ouviu o que ouviu — porque às vezes é melhor engolir sapo do que arrumar briga no G20.
Aliás, falando em Belém… a COP30 fechou as cortinas com avanços tímidos, desses que parecem passos de caranguejo: anda, mas não muito. O acordo sobre indicadores globais de adaptação foi o brilho possível no meio do emaranhado de pendências que voltam em 2026. A Amazônia, essa senhora ancestral de saia verde e voz profunda, olhou para os líderes mundiais e suspirou:
— Avancem, meus filhos. O tempo está cansando.
E quando achamos que o mundo ia sossegar, veio o último suspiro dramático do sábado:
um navio pegou fogo no porto de Los Angeles, explodindo como se fosse o grito metálico do planeta pedindo paz. Mais de 120 bombeiros lutavam contra as chamas, enquanto a cidade segurava o fôlego. O fogo corria pelos contêineres como fera descontrolada, mas os tripulantes foram resgatados — prova de que, mesmo em meio ao caos, ainda existe mão humana que se estende, salva e acalma.
Assim termina este sábado inquieto, meu caro leitor.
Um dia em que a esperança latiu, a política tremeu, a diplomacia tropeçou, o planeta pediu socorro e a coragem dos bombeiros iluminou o horizonte.
E nós?
Nós seguimos, firmes, na corda bamba desse Brasil que é drama, comédia, epopeia e circo — tudo ao mesmo tempo.
Porque viver aqui é ser personagem e plateia de um espetáculo que nunca abaixa o pano.