Crônica do Professor Antonio Glauber sobre as notícias do dia 26 de novembro de 2025

Crônica do Professor Antonio Glauber sobre as notícias do dia 26 de novembro de 2025



Por Antonio Glauber Santana Ferreira — Japaratuba-SE

Começo essa crônica Parabenizando a querida cidade do litoral norte sergipano. Parabéns, Pirambu! Sessenta e dois anos de emancipação política, sessenta e dois anos navegando nesse mar nordestino onde as ondas sabem mais da nossa história do que muitos discursos oficiais. Hoje, enquanto o vento cantava parabéns no coqueiral, o Brasil seguia tropeçando nos próprios cadarços — porque até aniversários precisam competir com manchetes que chegam feito vendaval.

Aracaju, por exemplo, amanheceu sem água, não por milagre, mas por um cano revoltado que decidiu romper-se como quem abandona um namoro antigo: de repente, no meio da tarde, despejando lágrimas pela Rua Radialista José da Silva Lima. A tubulação parecia uma criança birrenta jogando água pra todo lado, enquanto a população, sedenta, olhava o rio improvisado correndo pela rua, zombando das torneiras secas dentro de casa. A Iguá dizia trabalhar “sem parar”, mas a água, essa sim, correu com velocidade olímpica — só que para longe das casas.

Enquanto isso, em Brasília, o clima estava mais seco que o Jardim Centenário sem abastecimento. Lula sancionou o projeto que flexibiliza licenciamento ambiental, mas vetou 63 pontos, como quem tenta podar um incêndio com tesoura de unha. E agora, o governo implora ao Congresso para não derrubar os vetos, pedindo “equilíbrio” — esse unicórnio político que todo mundo cita, mas ninguém jamais vê. Alcolumbre, afiado como facão de mato, já marcou votação. De um lado, o Planalto reza pra evitar retrocesso ambiental; do outro, o Congresso afiando o machado. Meio ambiente virou piñata: cada um quer dar sua martelada.

E lá fora, no palco global onde o caos sempre tem lugar cativo, dois militares foram baleados perto da Casa Branca — porque nos Estados Unidos até a democracia tem que se abaixar pra escapar de tiros. Trump não estava lá, voava para a Flórida, como quem foge do próprio roteiro.

Do outro lado do planeta, Hong Kong ardia. Um incêndio engoliu um complexo de arranha-céus, deixando 44 mortos. O fogo subia pelos andaimes de bambu como serpente vermelha, faminta, transformando prédios em tochas e vidas em sombras. O mundo inteiro assistia, impotente, esse espetáculo trágico que nenhum bombeiro aguenta ver sem queimar por dentro.

E assim seguimos: entre aniversários, canos chorando, políticos duelando, tiros em Washington e prédios em chamas em Hong Kong. O planeta gira cambaleante, mas a poesia insiste em sobreviver — talvez porque, no fundo, ela seja a última gota d’água que nos resta.

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