Crônica do Professor Antonio Glauber sobre as notícias do dia 17 de novembro de 2025

Crônica do Professor Antonio Glauber sobre as notícias do dia 17 de novembro de 2025



Por Antonio Glauber Santana Ferreira — Japaratuba-SE


---

Sejam bem-vindos, caros leitores e leitoras, acomodem-se na poltrona da imaginação, ajustem o cinto de segurança poética e permitam que este cronista — armado até os dentes de metáforas, ironias e suspiros dramáticos — guie vocês pelas curvas tortuosas das notícias deste dia 17 de novembro de 2025, um dia que acordou com gosto de café morno e cheiro de confusão urbana temperada com pitadas de saudade musical e sustos geopolíticos.

Logo cedo, Aracaju improvisou uma sinfonia urbana: manifestantes bloquearam o trânsito na Zona Sul como quem diz ao mundo “hoje eu não passo, hoje eu ocupo”. A Rua Acre virou uma cobra asfaltada que se enrolou no próprio corpo, recusando-se a deixar qualquer pneu rasgar seu silêncio. Os carros, coitados, ficaram ali parados, com cara de quem perdeu o ônibus da paciência. E a prefeitura, testemunha silenciosa, assistia pela janela como quem vê vizinhos discutindo: quer intervir, mas dá medo de sair chamuscada.

O processo judicial — esse personagem invisível e poderoso — apareceu em cena com sua toga de mármore, dizendo que o terreno não quer mais abraçar as famílias. O terreno, personificado, parecia gritar: “Eu sou chão, mas não sou tapete de governo!”
A Semfas, equilibrando-se entre a burocracia e a humanidade, dizia acompanhar tudo. Acompanhar, claro… como quem observa chuva pelo vidro e torce para não molhar a casa.

Enquanto Aracaju fervia num caldeirão de injustiças sociais, o Rio de Janeiro amanhecia em luto profundo. Morreu Jards Macalé — músico, compositor, ator, maluco beleza de timbre raro. O Brasil perdeu um pedaço da própria trilha sonora. Uma parada cardíaca lhe fechou os olhos, mas abriu um sol enorme no peito de quem ouviu seus acordes atravessarem gerações.
Macalé, nascido no sopé do Morro da Formiga, sempre cantou como quem conversava com os deuses da contradição. Agora descansa, talvez tomando um café com Cartola e Tim Maia numa mesa onde a vida não cobra IPTU.

E eu me pergunto, caro leitor: por que os artistas morrem justo nos dias em que mais precisamos deles?

Mas o mundo, esse malabarista de caos, não sabe ser monotemático. Enquanto choramos um poeta do som, a OTAN resolveu brincar de Aquaman militar. Em um exercício marinho, um submarino afundou um navio com um torpedo de teste. TESTE!
Ah, humanidade… sempre transformando ensaios em tragédias.
O mar, testemunha salobra, deve ter murmurando irritado: “Eu dou peixe, vocês me devolvem metal afundado? Que audácia!”

Entre torpedos que não deveriam explodir, ruas que se recusam a abrir passagem e artistas que viram estrelas antes da hora, o dia 17 de novembro pareceu um poema torto escrito com letras de urgência. Um poema que pede justiça, paciência e um pouco de juízo — embora eu desconfie que o juízo tenha fugido com a coerência há muito tempo.

Aracaju grita. O Rio chora. O oceano reclama.
E nós?
Nós seguimos, meio tropeçando, meio rindo, tentando entender esse país que transforma protestos em rios, mortes em constelações e o mundo exercícios militares em episódios de desenho animado malfeito.

Mas sigamos, leitores e leitoras — porque, no fim das contas, a vida é essa crônica interminável que insiste em nos ensinar que nada é tão simples quanto parece…
e tudo é tão poético quanto ousamos escrever.

Saudações,
Professor Antonio Glauber Santana Ferreira — Japaratuba-SE

Postagens mais visitadas deste blog

Crônica do Professor Antônio Glauber sobre as notícias do dia 03 de fevereiro de 2025

Crônica do Professor Antonio Glauber sobre as notícias do dia 22 de Agosto de 2025

A Importância dos Cães Yorkshire