Crônica do Professor Antonio Glauber sobre as notícias do dia 23 de novembro de 2025

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Por Antonio Glauber Santana Ferreira — Japaratuba-SE


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O domingo, aquele sujeito preguiçoso que costuma acordar cheirando a café e rezando por calmaria, hoje resolveu se vestir de novela mexicana. Veio carregando drama, suspense, ironia e até um fio de esperança que teima em florescer mesmo quando o mundo parece um terreno baldio.

Logo cedo, o PIX — esse duende elétrico que transporta dinheiro na velocidade de uma fofoca de vizinha — ganhou superpoderes. Agora ele promete rastrear golpes como um cão farejador treinado em repartição pública. O Banco Central, armado de boas intenções e muita papelada, decidiu que o dinheiro roubado não vai mais sumir como fantasma na ventania. Ele vai ser seguido, vigiado, perseguido, capturado — quase como se o próprio sistema financeiro tivesse aprendido a dizer:
— Aqui não, golpista! Hoje quem corre sou eu atrás de você.

Mas enquanto a tecnologia tenta acertar o passo com a malandragem do mundo, o destino resolveu mostrar sua face mais amarga. Em Macambira, a cachoeira — essa senhora de cabelos líquidos, tão bonita quanto perigosa — engoliu um adolescente que só queria viver um domingo de liberdade. A notícia bateu no peito como pedra fria: pesada, silenciosa, irrefutável. A tristeza se espalhou feito neblina que não pede licença, lembrando que até as águas mais bonitas sabem morder.

E quando pensamos que o planeta não poderia pesar mais, lá vem o Papa Leão XIV erguer a voz como farol em tempestade. Ele pediu, com aquele tom que mistura firmeza e misericórdia, a libertação dos 265 estudantes e 12 professores sequestrados na Nigéria. É o tipo de sofrimento que afoga até o mais otimista dos poetas. Crianças e mestres, essas sementes de futuro, mantidos cativos por mãos que desconhecem compaixão. O Papa implorou, o mundo ouviu — mas o eco ainda não virou liberdade.

Assim foi o dia 23 de novembro: um quadro pintado com tinta de indignação, pinceladas de esperança e respingos de dor. Entre o PIX justiceiro, a cachoeira que chorou tragédia e a Nigéria que sangra saudade, fica o convite para que sejamos mais humanos, mais atentos, mais luz no escuro que insiste em nos cercar.

Porque, no fim, meu caro leitor, a vida é isso: uma dança entre o caos e o cuidado — e a gente, nessa ciranda, só não pode soltar a mão da humanidade.

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