Crônica do Professor Antônio Glauber sobre as notícias do dia 21 de novembro de 2024

Crônica do Professor Antônio Glauber sobre as notícias do dia 21 de novembro de 2024

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Por Antônio Glauber Santana Ferreira - Japaratuba-SE

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Inspirado pelo tumulto e o absurdo do dia, começo esta crônica com uma pergunta inevitável: será que estamos vivendo em um grande picadeiro cósmico, onde os palhaços somos nós, tentando sobreviver entre golpes, sorteios acumulados e decorações natalinas superfaturadas?

No centro do espetáculo, a cena principal: Jair Messias Bolsonaro, o ex-capitão agora indiciado por tentativa de golpe, ao lado de 36 personagens igualmente trágicos. É como se a história brasileira fosse um velho livro de tragédias gregas, onde o protagonista insiste em desafiar os deuses da democracia. O golpe de 2022, esse teatro do absurdo, ganha novos atos. Mas, como dizem por aí, “quem planta ventos, colhe tempestades” — e a PF trouxe a ventania para Brasília. Enquanto isso, do outro lado do Atlântico, o rei Charles III exibe sua coroa de R$ 528 milhões, um espetáculo digno de uma ópera luxuosa, enquanto seus súditos se perguntam se pão e circo ainda é suficiente para suportar a realeza.

E Aracaju, coitada, tenta encontrar luz no fim do túnel. O Procon divulga preços de decoração natalina, como quem diz: "enfeitem suas casas, mas cuidado com os golpes!" Golpes em redes sociais e sites falsos viraram o presente de grego moderno, embrulhado com um laço de descaso digital. Não bastasse isso, o Detran-SE alerta: até a CNH virou isca para estelionatários. Parece que, no Brasil, até a carteira de motorista precisa de um colete à prova de fraudes.

Mas falemos da sorte, ou da falta dela. A milionária concurso 200 acumulou, e o prêmio agora chega a R$ 25 milhões. É a esperança em números, o sonho de um Brasil menos sufocado pela desigualdade, embora a probabilidade de acertar seja menor do que encontrar um político 100% honesto. Uma ironia amarga: enquanto alguns sonham com a loteria, a Petrobras distribui R$ 20 bilhões em dividendos extraordinários. Uma generosidade que, infelizmente, não chega às bombas de combustível.

E lá fora? A guerra na Ucrânia atinge novas alturas, com mísseis intercontinentais voando como mosquitos em noite quente. O Tribunal Penal Internacional, em um plot twist digno de série de espionagem, emite mandados de prisão para Netanyahu e o líder do Hamas. Crimes de guerra, fome induzida, exterminação de povos... A humanidade insiste em reescrever os piores capítulos de sua história, enquanto o planeta observa, dividido entre indignação e apatia.

Por fim, retorno a Aracaju, onde uma blitz de telefonia tenta medir a qualidade da conexão. A velocidade é um reflexo do país: ora rápida, ora engasgada, sempre deixando a desejar. Talvez seja essa a metáfora maior do Brasil: um lugar onde tudo se conecta, mas nada realmente funciona como deveria.

Termino com uma reflexão: estamos todos num grande tabuleiro de xadrez, onde reis, peões e torres são movidos ao sabor dos ventos do poder. Mas quem, afinal, será o próximo a gritar "xeque-mate"?

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